segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Visita Estação Met USP - CAT004 - 24/11/11

No dia 24 de novembro os alunos do 4º semestre de Ciências Atmosféricas da UNIFEI fizeram uma visita à Estação Meteorológica do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP). Os alunos conheceram a estação meteorológica com a companhia da especialista Samantha Martins e o Museu de Meteorologia com o Prof. Mário Festa. Por fim, assistiram uma aula de Microfísica de Nuvens com o Prof. Carlos Morales. Os alunos e a Profa. Michelle agradecem a essas pessoas os conhecimentos transmitidos ao longo do dia.









Boletim Meteorológico - Novembro 2011

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de novembro de 2011, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Em novembro, a temperatura do ar média oscilou entre 16,5ºC e 23,5ºC (a média foi 20,8ºC). A maior temperatura máxima registrada foi 30,7ºC (dia 25) e a menor temperatura mínima foi 9,9ºC (dia 2). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 72,9% e 0,8 m/s (2,8 km/h), respectivamente. Já a direção predominante do vento foi a norte. Em treze dias do mês ocorreu precipitação, contabilizando um total de 354 mm. Devido a diferenças no total de precipitação registrado pela estação da UNIFEI em relação a outros postos pluviométricos na cidade de Itajubá, está sendo feita uma validação das observações no mês de dezembro para garantir a qualidade dos dados fornecidos neste informativo.


 Figura 1 Variáveis atmosféricas medidas no mês de novembro de 2011 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00 e 23:50 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura




Os baixos totais pluviométricos registrados entre os dias 6 e 8 de novembro (Figura 1f) foram decorrentes da atividade convectiva local. Esta, por sua vez, foi influenciada por um cavado invertido no campo da pressão atmosférica que favoreceu a convergência de umidade do oceano Atlântico para o continente (Figura 2).  


 
Figura 2 Análise atmosférica do dia 08/11/11 às 18Z (15 horas local). A figura da esquerda mostra um cavado sobre o sudeste do Brasil (linha amarela pontilhada) e a da direita o escoamento atmosférico em direção a região do cavado. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.




          O transporte de umidade para o continente também foi o fator que contribuiu para a precipitação nos dias 12 e 13. No dia 14 a presença de um cavado invertido entre os estados de São Paulo e Minas Gerais e a formação de um sistema de baixa pressão na costa da região sudeste do Brasil favoreceram a ocorrência de convergência de ventos sobre o sudeste do Brasil e, consequentemente, a formação de nuvens e precipitação (Figura 3).


Figura 3 Análise atmosférica do dia 14/11/11 às 12Z (9 horas local). A figura da esquerda mostra um cavado sobre o sudeste do Brasil (linha amarela pontilhada) e uma baixa pressão (indicada pela letra B) na costa de tal região e a da direita o escoamento atmosférico em direção a região do cavado e da baixa. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.




           No dia 15 de novembro o ciclone, que havia se formado no dia anterior, evoluiu e originou uma frente fria sobre o continente (Figura 4). A frente fria, sendo uma região de baixa pressão, contribuiu para que ventos de quadrante norte fossem a sua direção. Como esses ventos são quentes contribuem para a formação de nuvens e chuva (Figura 4)




Figura 4 Análise atmosférica do dia 15/11/11 às 12Z (9 horas local). A figura da esquerda mostra um ciclone na costa da região sudeste do Brasil e uma frente fria ligada a ele atuando sobre o continente (linha azul com triângulos) e a da direita o escoamento atmosférico convergindo em direção aos sistemas citados. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.




            A formação de um ciclone (entre a região sul e sudeste do Brasil) e a frente fria associada no dia 22 foram os precursores para a ocorrência de precipitação em Itajubá. No dia 23 a baixa pressão na costa da região sudeste ajudou a canalizar o escoamento atmosférico para tal região e aliado a isso se tem a Zona de Convergência de Umidade (ZCOU),Figura 5. A ZCOU também foi responsável pela precipitação nos dias 26, 27 e 30 de novembro. 


 Figura 5 Análise atmosférica do dia 15/11/11 às 06Z (3 horas local). A figura da esquerda mostra a Zona de Convergência de Umidade (ZCOU, linha verde) que se estende da Amazônia ao oceano Atlântico, onde se conecta a um ciclone, e a da direita a convergência do escoamento atmosférico que origina a ZCOU. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.




                 No mês de novembro apenas uma frente fria atuou no sul de Minas Gerais. Esta propiciou modificações nas variáveis atmosféricas no dia 16 de novembro, mas não contribui para a precipitação nesse dia (Figura 1).
            
A Figura 6 mostra o percentual de nebulosidade associado a cada dia do mês. As maiores porcentagens de cobertura de nuvens, em geral, estão associadas com os dias que tiveram precipitação. Em média, a cada dia do mês, cerca de 49% da abóboda celeste esteve coberta por nuvens.


 
Figura 6 Simulação numérica da cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá em novembro de 2011.




A trajetória dos ciclones nos oceanos adjacentes a América do Sul é mostrada na Figura 7. Essa figura é obtida através de um programa que identifica mínimos de pressão atmosférica nos dados da reanálise 1 do National Centers for Environmental Prediction (NCEP). Destaca-se a formação de quatro sistemas próximos da costa da região sudeste do Brasil. Três deles tiveram influencia no tempo em Minas Gerais.


 
Figura 7 Trajetória dos ciclones nos oceanos que circundam a América do Sul no mês de novembro de 2011. A posição de cada sistema em intervalos de 6 horas é indicada pelos círculos preenchidos. A posição inicial dos ciclones não apresenta marcador. A data de início dos sistemas que se formam próximo à costa brasileira é indicada na figura. Ressalta-se que a figura inclui apenas sistemas com tempo de vida superior a 24 horas.







Resumo informativo sobre o tempo em Itajubá
Programa de Graduação em Ciências Atmosféricas - Instituto de Recursos Naturais – Universidade Federal de Itajubá
n° 14 – mês de referência: Novembro/2011
Desenvolvimento: Profa. Michelle Reboita
Colaboração: Prof. Arcilan Trevenzoli Assireu
       
                     Thomas de Lucas Magalhaes Rosa e Silva
Coordenação: Prof. Marcelo de Paula Corrêa




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