quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Boletim Meteorológico - Outubro 2011

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de outubro de 2011, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Em outubro, a temperatura do ar média oscilou entre 15,9ºC e 24,2ºC (a média foi 21,1ºC). A maior temperatura máxima registrada foi 34,1ºC (dia 1º) e a menor temperatura mínima foi 11,6ºC (dia 21). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 71,9% e 0,7 m/s (2,5 km/h), respectivamente. Já a direção predominante do vento foi a norte. Em dezesseis dias do mês ocorreu precipitação, contabilizando um total de 162,8 mm. 
O mês de outubro marcou o início da estação chuvosa no estado de Minas Gerais. Enquanto no mês de setembro foi registrada precipitação total de apenas 5,8 mm, o total em outubro foi de quase 29 vezes maior do que no mês precedente.
A precipitação registrada nos dias 02 e 03 de outubro (Figura 1d) esteve associada com uma zona de convergência de umidade sobre o Brasil (Figura 2)




 

Figura 1 Variáveis atmosféricas medidas no mês de outubro de 2011 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00 e 23:50 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura




 
Figura 2 Análise atmosférica do dia 02/10/11 às 18Z (15 horas local) mostrando uma Zona de Convergência de Umidade (linhas verdes que se estendem do sul da Amazônia até o oceano Atlântico). Fonte: GPT/CPTEC/INPE.






 O próximo período chuvoso do mês foi entre os dias 11 e 17 (Figura 1d). No dia 11, a passagem de uma frente fria pelo oceano favoreceu a formação de um cavado invertido no campo da pressão atmosférica (Figura 3)



Figura 3 Análise atmosférica do dia 11/10/11 às 18Z (15 horas local) mostrando um cavado invertido no campo da pressão atmosférica (linha amarela) na costa da região sudeste do Brasil. O cavado também se encontra conectado com uma frente fria (linha azul com triângulos). Fonte: GPT/CPTEC/INPE.






Esse sistema corresponde a uma área de baixa pressão que contribui para o aumento da nebulosidade e chuva. O cavado invertido predominou pelos dias seguintes. Porém, no dia 15, a chuva ocorreu, novamente, associada com uma zona de convergência de umidade (ZCOU; Figura 4). Neste dia, a ZCOU se conecta com uma frente fria localizada nas latitudes subtropicais do Atlântico Sul. A chuva registrada no dia 16 também foi decorrente da influência da ZCOU sobre o estado de Minas Gerais. 



Figura 4 Análise atmosférica do dia 15/10/11 às 12Z (09 horas local) mostrando uma Zona de Convergência de Umidade – ZCOU (linhas verdes que se estendem do sul de Rondônia até o oceano Atlântico). Sobre o oceano, a ZCOU aparece conectada com uma frente fria. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.




No dia 17 a formação de um ciclone extratropical na costa da região sudeste do Brasil originou uma frente fria que atuou sobre o continente (Figura 5). Essa frente fez a temperatura diminuir ligeiramente em Itajubá bem como mudar a direção predominante do vento para quadrante sul (Figura 1). Além disso, foi responsável pela chuva no dia 17 (Figura 1d).  


 Figura 5 a) Análise atmosférica do dia 16/10/11 às 18Z (15 horas local) mostrando que não há ciclone na costa da região sudeste do Brasil. Porém, 06 horas depois (b) um ciclone é visível na análise bem como as frentes fria e quente que este sistema originou. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.





A precipitação registrada entre os dias 25 e 29 esteve associada a cavados no campo da pressão atmosférica (sistemas de baixa pressão, Figura 1d). Já nos dias 30 e 31, com uma frente fria formada a partir de um ciclone no Atlântico Sul (Figura 6). No dia 30 a chuva foi pré-frontal, enquanto no dia 31, frontal.


  Figura 6 a) Análise atmosférica do dia 30/10/11 às 00Z (21 horas do dia anterior) mostrando que não há ciclone na costa da região sul do Brasil. Porém, 06 horas depois (b) um ciclone é visível na análise bem como as frentes fria e quente que este sistema originou. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.





A Figura 7 mostra o percentual de nebulosidade associado a cada dia do mês. As menores porcentagens de cobertura de nuvens, em geral, ocorreram na primeira quinzena de outubro. Em média, a cada dia do mês, cerca de 54% da abóboda celeste esteve coberta por nuvens.


 Figura 7 Simulação numérica da cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá em outubro de 2011.





A trajetória dos ciclones nos oceanos adjacentes a América do Sul é mostrada na Figura 8. Essa figura é obtida através de um programa que identifica mínimos de pressão atmosférica. Destaca-se a formação de pelo menos quatro sistemas próximos da costa sul do Brasil. É importante mencionar que o ciclone formado no dia 17 só foi identificado pelo programa no dia 18, devido ser um sistema fraco inicialmente. Já o sistema formado no dia 30 não foi registrado na Figura 8, pois devido ser inicialmente fraco acabou sendo identificado apenas no dia 31, mas como é estipulado no código que somente sistemas com mais de 24 horas devem ser plotados e uma vez que só é utilizado dados do mês em análise, o mesmo não cumpriu a exigência e acabou sendo eliminado da figura.


  Figura 8 Trajetória dos ciclones nos oceanos que circundam a América do Sul no mês de outubro de 2011. A posição de cada sistema em intervalos de 6 horas é indicada pelos círculos preenchidos. A posição inicial dos ciclones não apresenta marcador. A data de início dos sistemas que se formam próximo à costa brasileira é indicada na figura. Ressalta-se que a figura inclui apenas sistemas com tempo de vida superior a 24 horas.









Resumo informativo sobre o tempo em Itajubá
Programa de Graduação em Ciências Atmosféricas - Instituto de Recursos Naturais – Universidade Federal de Itajubá
n° 13 – mês de referência: Outubro/2011
Desenvolvimento: Profa. Michelle Reboita
Colaboração: Prof. Arcilan Trevenzoli Assireu
       
                     Thomas de Lucas Magalhaes Rosa e Silva
Coordenação: Prof. Marcelo de Paula Corrêa



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