sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Boletim Meteorológico - Setembro 2011

             As condições atmosféricas em Itajubá no mês de setembro de 2011, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Em setembro, a temperatura do ar média oscilou entre 14,8ºC e 24,5ºC (a média foi 19,5ºC). A maior temperatura máxima registrada foi 34,2ºC (dia 30) e a menor temperatura mínima foi 4,3ºC (dia 3). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 62,2% e 0,8 m/s (2,8 km/h), respectivamente. Já a direção predominante do vento foi a norte. Em quatro dias do mês ocorreu precipitação, contabilizando um total de 5,8 mm.

 Figura 1 Variáveis atmosféricas medidas no mês de setembro de 2011 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00 e 23:50 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura.



             Em setembro, três frentes frias atuaram em Itajubá. O primeiro sistema (Figura 2) chegou na região no dia 10 e foi precedido da redução de cerca de 12 hPa da pressão atmosférica ente os dias 02 e 09 (Figura 1b). As temperaturas máxima e média do ar (Figura 1a) no dia 10 foram ligeiramente menores do que as do dia antecessor. A frente enfraqueceu sobre o sul de Minas Gerais no próprio dia 10, porém deixou a atmosfera instável o que contribuiu para a precipitação registrada no dia 11 (Figura 1d).

  Figura 2 Análise atmosférica do dia 10/09/11 às 06Z (03 horas local) mostrando uma frente fria (linha azul com triângulos) sobre o sul de Minas Gerais e com ramo estacionário (linha azul e vermelha intercalada) sobre  o centro-oeste do Brasil. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.




               A segunda frente fria (Figura 3) que causou modificação nas variáveis atmosféricas foi a que atuou no dia 14. Esse sistema (dia 14) também causou uma ligeira queda das temperaturas máxima e média em relação ao dia anterior (Figura 1a), aumento da intensidade do vento (Figura 1f) e mudança da direção predominante do vento de quadrante norte para sul no dia da passagem da frente (Figura 1c).

  Figura 3 Análise atmosférica do dia 14/09/11 às 12Z (09 horas local) mostrando uma frente fria (linha azul com triângulos) chegando ao sul de Minas Gerais. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.




O terceiro sistema frontal (Figura 4) chegou em Itajubá no dia 24. Na passagem dessa frente, as temperaturas e pressão atmosférica tiveram comportamento similar aos das duas outras frentes. Porém, tal frente favoreceu a ocorrência de chuva e o giro do vento de quadrante norte para sul no dia 24.

 Figura 4 Análise atmosférica do dia 24/09/11 às 18Z (15 horas local) mostrando uma frente fria (linha azul com triângulos) próxima ao sul de Minas Gerais conectada a um ciclone (indicado pela letra B). Fonte: GPT/CPTEC/INPE.




As frentes frias sobre a região sul de Minas Gerais foram responsáveis por dois dias de chuva (11 e 24) em Itajubá. Já a chuva ocorrida nos outros dois dias (21 e 22) foi devido a uma perturbação na atmosfera causada por uma frente que não conseguiu adentrar o sul de Minas Gerais (Figura 5) e se deslocou para o oceano no dia 21.


 Figura 5 Análise atmosférica do dia 22/09/11 às 00Z (21 horas local do dia anterior) mostrando um cavado sobre Minas Gerais que é indicado pela linha amarela pontilhada. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.




             A Figura 6 mostra o percentual de nebulosidade associado a cada dia do mês. As menores porcentagens de cobertura de nuvens, em geral, ocorreram nos dias em que altas pressões dominavam sobre a região (Figura 1b). Já as maiores coberturas de nuvens estiveram associadas com os dias de passagem de frentes frias sobre Itajubá (10-11, 14 e 24). Em média, a cada dia do mês, cerca de 32% da abóboda celeste esteve coberta por nuvens.


Figura 6 Simulação numérica da cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá em setembro de 2011.




A trajetória dos ciclones nos oceanos adjacentes a América do Sul é mostrada na Figura 7. Essa figura é obtida através de um programa que identifica mínimos de pressão atmosférica. No mês de setembro, a formação de um ciclone próximo à costa do Brasil no dia 24 favoreceu a formação da frente fria que atuou no mesmo dia sobre o sul de Minas Gerais. Embora na Figura 2 a frente do dia 10 apareça conectada a um ciclone, foi a frente que originou tal sistema.

 
Figura 7 Trajetória dos ciclones nos oceanos que circundam a América do Sul no mês de setembro de 2011. A posição de cada sistema em intervalos de 6 horas é indicada pelos círculos preenchidos. A posição inicial dos ciclones não apresenta marcador. A data de início dos sistemas que se formam próximo à costa brasileira é indicada na figura. Ressalta-se que a figura inclui apenas sistemas com tempo de vida superior a 24 horas.






Resumo informativo sobre o tempo em Itajubá
Programa de Graduação em Ciências Atmosféricas - Instituto de Recursos Naturais – Universidade Federal de Itajubá
n° 12 – mês de referência: Setembro/2011
Desenvolvimento: Profa. Michelle Reboita
Colaboração: Prof. Arcilan Trevenzoli Assireu
       
                     Thomas de Lucas Magalhaes Rosa e Silva
Coordenação: Prof. Marcelo de Paula Corrêa





sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Boletim Meteorológico - Agosto 2011

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de agosto de 2011, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Em agosto, a temperatura do ar média oscilou entre 10,3ºC e 21,2ºC (a média foi 18,3ºC). A maior temperatura máxima registrada foi 32,2ºC (dia 30) e a menor temperatura mínima foi 2,7ºC (dia 5). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 70,8% e 2,32 km/h (0,65 m/s), respectivamente. Já a direção predominante do vento foi a norte. Em onze dias do mês ocorreu precipitação, contabilizando um total de 43 mm.


Figura 1 Variáveis atmosféricas medidas no mês de agostode 2011 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura, d) totais diários de precipitação (mm), e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura.



No mês de agosto cinco sistemas frontais frios passaram por Itajubá. A primeira frente fria atuante na região foi registrada no dia 03/08 (Figura 2). A Figura 1 mostra que antes da chegada da frente ocorreu um ligeiro aumento da temperatura média do ar e redução da pressão atmosférica. No dia da ocorrência desse sistema a temperatura e a pressão mostraram padrão inverso ao pré-frontal. Além disso, houve aumento da umidade relativa do ar e chuva. Após a passagem da frente, a massa de ar frio que seguia na retaguarda desse sistema invadiu o sul de Minas Gerais fazendo as temperaturas diminuírem e foi essa massa de ar a responsável pela menor temperatura mínima registrada no mês (dia 05).


  Figura 2 a) Análise atmosférica do dia 03/08/11 às 00Z (21 h do dia anterior) mostrando uma frente fria sobre o Brasil (linha azul com triângulos) e b) análise atmosférica do dia 05/08/2011 às 00Z mostrando a frente em situação semi-estacionária (linha com triângulos azuis e meio-círculos vermelhos). Fonte: GPT/CPTEC/INPE.



A precipitação registrada nos dias 01, 05, 07, 10 e 16 não esteve associada com a passagem de frentes e sim com orvalho. Como à noite a superfície terrestre perde energia para o espaço, o ar próximo à superfície resfria e condensa formando o orvalho (gotículas d’água). Por isso, é comum encontrar a vegetação e as superfícies molhadas ao amanhecer.
O segundo sistema frontal chegou em Itajubá no dia 10/08 (Figura 3). O comportamento da temperatura média do ar e da pressão atmosférica foi similar à do primeiro sistema atuante na região (Figura 1). Entretanto essa frente não favoreceu a ocorrência de chuva. Outra característica distinta do primeiro sistema foi o predomínio de vento de quadrante sul no dia da chegada da frente. É importante destacar que muitos dos sistemas frontais que chegam em Itajubá não produzem vento de quadrante sul apenas enfraquecem a intensidade da componente norte do vento.


  Figura 3 Análise atmosférica do dia 10/08/11 às 06Z (03 horas locais) mostrando uma frente fria sobre o sul de Minas Gerais (linha azul com triângulos). Fonte: GPT/CPTEC/INPE.


A terceira frente fria atuante em Itajubá foi registrada no dia 15/08. Este sistema não causou chuva, mas aumentou ligeiramente a umidade relativa do ar (Figura 1). Antes da passagem da frente foi registrado vento predominante de sul que, provavelmente, foi devido aos ventos da extremidade do anticiclone localizado entre o sul do Brasil e São Paulo (figura não mostrada).
A quarta frente fria do mês chegou no dia 20/08. Antes da atuação desse sistema ocorreu queda acentuada da pressão atmosférica e ligeiro aumento da temperatura média do ar (Figura 1). Como a frente demorou para se deslocar (estava semi-estacionária, (Figura 4), acabou produzindo chuva nos dias 20 e 21. Já a precipitação registrada no dia 23 foi devido à presença de uma área de baixa pressão na região.


Figura 4 Análise atmosférica do dia 21/08/11 às 12Z (09 horas locais) mostrando uma frente estacionária sobre o sul de Minas Gerais. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.



A última frente fria atuante no mês de agosto foi registrada no dia 31/08 (Figura 5) e também foi responsável por chuva. O período prévio à chegada desta frente foi marcado por aumento das temperaturas (Figura 1) e por favorecer a maior temperatura máxima do mês (dia 30/08).


Figura 5 Análise atmosférica do dia 31/08/11 às 12Z (09 horas locais) mostrando uma frente fria sobre o sul de Minas Gerais. Fonte: GPT/CPTEC/INPE.



A Figura 6 mostra o percentual de nebulosidade associado a cada dia do mês. As maiores porcentagens ocorreram nos dias 03, 10, 15, 20, 26 e 31 de agosto. Nesses dias a alta nebulosidade esteve associada à passagem de frentes frias pela região, exceto no dia 26, em que a nebulosidade esteve relacionada a um cavado invertido, isto é, uma área de baixa pressão atmosférica. Em média, a cada dia do mês, cerca de 36% da abóboda celeste esteve coberta por nuvens. 


 Figura 6 Simulação numérica da cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá em agosto de 2011.

  

A trajetória dos ciclones nos oceanos adjacentes a América do Sul é mostrada na Figura 7. No mês de agosto, as condições atmosféricas em Itajubá foram influenciadas apenas por um ciclone que se formou no dia 10/08 associado a um sistema frontal que passava pelo sudeste do Brasil.


 Figura 7 Trajetória dos ciclones nos oceanos que circundam a América do Sul no mês de agosto de 2011. A posição de cada sistema em intervalos de 6 horas é indicada pelos círculos preenchidos. A posição inicial dos ciclones não apresenta marcador. A data de início dos sistemas que se formam próximo à costa brasileira é indicada na figura. Ressalta-se que a figura inclui apenas sistemas com tempo de vida superior a 24 horas.





Resumo informativo sobre o tempo em Itajubá
Programa de Graduação em Ciências Atmosféricas - Instituto de Recursos Naturais – Universidade Federal de Itajubá
n° 11 – mês de referência: Agosto/2011
Desenvolvimento: Profa. Michelle Reboita
Colaboração: Prof. Arcilan Trevenzoli Assireu
       
                     Thomas de Lucas Magalhaes Rosa e Silva
Coordenação: Prof. Marcelo de Paula Corrêa



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Boletim Meteorológico - Julho 2011

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de julho de 2011, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Entretanto, devido a problemas na estação não houve registro de dados entre os dias 05 e 14 de julho. Isso impossibilitou o cálculo das médias mensais das variáveis medidas. Portanto, neste documento será fornecida uma explanação dos sistemas de tempo que atuaram em Itajubá com base na análise de cartas meteorológicas elaboradas pelo Grupo de Previsão de Tempo do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (GPT/CPTEC).

Figura 1 Variáveis atmosféricas medidas no mês de julho de 2011 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura, d) totais diários de precipitação (mm), e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 


De acordo com o GPT/CPTEC, no mês de julho ocorreu a atuação de dois sistemas frontais frios no sul de Minas Gerais: um no dia 04 e outro no dia 22. Na Figura 1 é possível acompanhar a evolução das variáveis atmosféricas desde o período que antecede a passagem da frente no dia 22 até a incursão da massa de ar frio após a passagem desse sistema. Como a frente se manteve praticamente estacionária entre os dias 22 e 23, a nebulosidade desse sistema não permitiu a perda de energia da superfície terrestre e da atmosfera para o espaço, o que contribuiu para o maior valor de temperatura mínima registrado no dia 23 (Figura 1a). Nesse dia também foram registrados os ventos mais intensos da segunda quinzena do mês (Figura 1e). Com o deslocamento da frente (a partir do dia 23), a massa de ar frio invadiu o sul de Minas Gerais contribuindo para o aumento da pressão atmosférica (Figura 1b) e redução das temperaturas (Figura 1a)
A precipitação registrada nos dias 26 e 27 (Figura 1d), provavelmente, esteve associada ao transporte de umidade proveniente do oceano Atlântico para o sul de Minas Gerais. Já no dia 30, uma área de baixa pressão sobre tal região pode ter contribuído para movimentos ascendentes na atmosfera, formação de nuvens e, consequentemente, precipitação. 
Nos dias sem registro de dados (Figura 1), as cartas do GPT/CPTEC mostram predomínio de uma massa de ar frio no sul de Minas Gerais após a passagem do sistema frontal do dia 04 (Figura 2) e, após o enfraquecimento desse sistema, houve a atuação do setor oeste do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul na região (Figura 3). Esses sistemas podem ter contribuído para dias com céu claro. 


 Figura 2 Análise atmosférica nos dias 07 (a) e 08 (b) de julho às 15 horas local. Estas análises mostram a atuação de uma massa de ar frio sobre o sul e sudeste do Brasil que é indicada pelas linhas amarelas. Fonte: INPE-CPTEC-GPT.


 Figura 3 Análise atmosférica no dia 13/07 às 3 horas local. A análise mostra a atuação do setor oeste do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul sobre o leste do Brasil e estendendo-se do norte do Rio Grande do Sul até Pernambuco. Tal sistema de alta pressão é identificado através das linhas amarelas. Fonte: INPE-CPTEC-GPT.



A Figura 4 mostra o percentual de nebulosidade associado a cada dia do mês. A maior porcentagem foi registrada no dia 04 o que pode estar associado com a passagem da primeira frente fria do mês pela região. A maior nebulosidade do dia 22, comparada à dos três dias anteriores, pode justificar o valor mais elevado de temperatura mínima no dia 23. Já que a temperatura mínima ocorre por volta do amanhecer, a nebulosidade do dia 22 pode ter impedido a perda de energia para o espaço, implicando em maior temperatura mínima no dia seguinte.

Figura 4 Simulação numérica da cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá em julho de 2011.



A trajetória dos ciclones nos oceanos adjacentes à América do Sul é mostrada na Figura 5. De acordo com a figura, nenhum ciclone influenciou as condições atmosféricas em Itajubá no mês de julho.


Figura 5 Trajetória dos ciclones nos oceanos que circundam a América do Sul no mês de julho de 2011. A posição de cada sistema em intervalos de 6 horas é indicada pelos círculos preenchidos. A posição inicial dos ciclones não apresenta marcador. A data de início dos sistemas que se formam próximo à costa leste da América do Sul é indicada na figura. Ressalta-se que a figura inclui apenas sistemas com tempo de vida superior a 24 horas. Mais informações sobre ciclones podem ser obtidas em www.grec.iag.usp.br.




Resumo informativo sobre o tempo em Itajubá
Programa de Graduação em Ciências Atmosféricas - Instituto de Recursos Naturais – Universidade Federal de Itajubá
n° 10 – mês de referência: Junho/2011
Desenvolvimento: Profa. Michelle Reboita
Colaboração: Prof. Arcilan Trevenzoli Assireu
      Thomas de Lucas Magalhaes Rosa e Silva
Coordenação: Prof. Marcelo de Paula Corrêa

Contato: cat.itajuba@unifei.edu.br

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