domingo, 12 de setembro de 2021

Boletim Meteorológico Mensal da Unifei - Volume 11 - Número 06

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de junho de 2021, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Neste mês, a temperatura média do ar oscilou entre 12,4ºC e 19,7°C (a média foi 16,8ºC). As médias de temperaturas mínimas e máximas foram, respectivamente, 11,3°C e 23,9°C (anomalias de +0,6 e -0,4°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 27,3ºC (dia 04) e a menor temperatura mínima foi 7,6ºC (dia 30). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 77,4% e 0,44 m/s (1,60 km/h), respectivamente. No mês de junho a direção predominante do vento foi a Sudeste. Houve 7 dias com precipitação, sendo 3 dias com precipitação acima de 0,4 mm, totalizando 39,8 mm (93% da média). Os desvios calculados aqui provêm das médias da estação desde junho de 2010. 

No mês de junho de 2021 atuaram 5 frentes frias. A aproximação de uma frente fria pelo litoral do Sudeste entre os dias 7 e 8 (Figura 2) propiciou a formação de áreas de instabilidade, que provocaram 5,3 mm de chuva em Itajubá no dia 7. A frente em questão não provocou queda significativa nas temperaturas. Uma nova frente fria avançou pelo país entre os dias 11 e 12 (Figura 3), atingindo o sul da Amazônia e causando chuvas no Sul de Minas (7,9 mm no dia 11). Após a passagem desta frente houve queda nas temperaturas devido ao avanço de uma alta pós-frontal (8,2°C no dia 13). No dia 17, a terceira frente fria do mês avançou sobre o leste do Sudeste (Figura 4), causando nova queda nas temperaturas, mas sem provocar chuva. O aprofundamento de um cavado invertido entre São Paulo e Minas Gerais no dia 19 causou aumento na nebulosidade, mas também sem provocar chuva, mas ele se aprofundou e formou uma baixa pressão sobre o oceano próximo ao litoral do Rio de Janeiro. A presença de um cavado nos médios níveis e um sistema de alta pressão sobre o oceano fizeram com o que o dia 22 fosse úmido, nublado e frio (25,6 mm de chuva e máxima de 17,1°C). Uma frente semi-estacionária passou pelo litoral de São Paulo e Rio de Janeiro entre os dias 25 e 26, mas sem provocar alterações significativas no tempo sobre o Sul de Minas. Entre os dias 28 e 29 uma intensa frente fria avançou sobre o país, sem provocar aumento na nebulosidade e chuva, mas acompanhada de uma forte massa de ar polar. O sistema de baixa pressão associado ao sistema se desprendeu, configurando a Tempestade Subtropical Raoni (Figura 5 e 6). O último dia do mês foi frio e ensolarado, com máxima de apenas 18,8°C.

Com relação à nebulosidade (Figura 7), a média mensal da cobertura diária de nuvens foi de 18%. O dia mais nebuloso foi o dia 22 de junho.

O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no mês de junho é mostrado na Figura 8. Detalhes sobre o IET são fornecidos no volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25 indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor diário de IET, o menor valor registrado foi 16,1 (dia 30), o maior valor foi 24,0 (dia 03), a média mensal foi 21,3, e a média da hora de ocorrência do maior IET 14h08. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por cerca das 12:00 às 16:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições atmosféricas opostas (Figuras 7 e 8). 

Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 0,90, o que caracteriza um clima subúmido úmido.

Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como sugestão o acesso aos sites:

http://meteorologia.unifei.edu.br 

https://www.wunderground.com/personal-weather-station/dashboard?ID=IITAJUB5 

Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes regiões do país, sugerimos o acesso à página:

www.grec.iag.usp.br


Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de junho de 2021 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 

Figura 2 Frente fria próxima ao litoral de São Paulo (Imagens de 07/06/2021 18Z; canal 01 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 3 Frente fria entre o sul da Amazônia e o sul de São Paulo, com ramo semi-estacionário entre o Mato Grosso do Sul e o Paraná (Imagens de 11/06/2021 18Z; canal 01 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 4 Frente semi-estacionária entre o Mato Grosso do Sul e o Sudeste (Imagens de 17/06/2021 06Z; canal 13 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 5 Extensa frente fria entre o sul do Amazonas e o Sudeste, e a Tempestade Subtropical Raoni próxima ao litoral gaúcho (Imagens de 29/06/2021 12Z; canal 01 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 6 Tempestade Subtropical Raoni na tarde do dia 29 de junho. Fonte: https://zoom.earth/ 

Figura 7 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá no mês de junho de 2021.

Figura 8 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na cidade de Itajubá no mês de junho de 2021.


Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Boletim Meteorológico Mensal da Unifei - Volume 11 - Número 05

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de maio de 2021, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Neste mês, a temperatura média do ar oscilou entre 15,0ºC e 20,0°C (a média foi 18,0ºC). As médias de temperaturas mínimas e máximas foram, respectivamente, 12,4°C e 25,1°C (anomalias de +0,3 e +0,1°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 28,1ºC (dia 28) e a menor temperatura mínima foi 7,1ºC (dia 25). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 74,1% e 0,48 m/s (1,73 km/h), respectivamente. No mês de maio a direção predominante do vento foi a Sudeste. Houve 11 dias com precipitação, sendo 5 dias com precipitação acima de 0,4 mm, totalizando 55,0 mm (109% da média), o mês de maio mais seco desde o início das medições. Devido à uma manutenção no anemômetro da estação, não houve registros de dados nos dias 11 e 12 de maio.

No mês de maio de 2021 atuaram 5 frentes frias sobre o Sul de Minas. Uma extensa frente fria avançou entre os dias 5 e 8 sobre o Brasil (Figura 2), passando pelo sul de Minas Gerais no dia 7, mas sem causar alterações significativas no tempo e nem precipitação. Após sua passagem ingressou uma alta pós-frontal que fez as temperaturas mínimas caírem um pouco (11,4°C no dia 10). Uma nova frente fria chegou na região no dia 13 (Figura 3), provocando chuva (8,9 mm), aumento na nebulosidade e queda na temperatura máxima. No dia 15 a atuação de um cavado nos níveis médios da atmosfera e a umidade trazida por um sistema de alta pressão sobre o oceano manteve o tempo fechado, com temperaturas mais baixas e um pouco de chuva (2,0 mm). A formação de uma frente fria e um ciclone extratropical entre o oeste da região Sul e o Rio da Prata canalizou umidade e ar quente entre o Sul e Sudeste do Brasil, o que causou aumento na nebulosidade e chuva no dia 22 (5,1 mm). Posteriormente esta frente fria avançou sobre o Sudeste juntamente com uma massa de ar frio entre os dias 24 e 25 (Figura 4), causando nova queda de temperaturas sobre Itajubá e região (mínima de 7,1°C no dia 25). A presença de ar muito quente e o avanço de uma frente fria (Figura 5) sobre o oceano próximo ao litoral de São Paulo manteve o tempo instável, com aumento na nebulosidade e chuva nos dias 29 e 30 (37,1 mm). Na retaguarda, uma nova frente fria (Figura 5) avançou pelo Sudeste mantendo as instabilidades sobre a região.

Com relação à nebulosidade (Figura 6), a média mensal da cobertura diária de nuvens foi de 24%. Os dias mais nebulosos foram os dias 15 e 22 de maio.

O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no mês de maio é mostrado na Figura 7. Detalhes sobre o IET são fornecidos no volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25 indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor diário de IET, o menor valor registrado foi 19,0 (dia 24), o maior valor foi 24,9 (dia 28), a média mensal foi 22,5, e a média da hora de ocorrência do maior IET 13h07. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por cerca das 12:00 às 16:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições atmosféricas opostas (Figuras 6 e 7). 

Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 0,98, o que caracteriza um clima subúmido úmido.

Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como sugestão o acesso aos sites:

http://meteorologia.unifei.edu.br 

https://www.wunderground.com/personal-weather-station/dashboard?ID=IITAJUB5 

Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes regiões do país, sugerimos o acesso à página:

www.grec.iag.usp.br


Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de maio de 2021 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (°C) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 

Figura 2 Extensa frente fria entre o sul do Amazonas e o Sudeste (Imagens de 07/05/2021 18Z; canal 01 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 3 Frente fria entre o Acre e o Espírito Santo, com ramo semi-estacionário entre São Paulo e Minas Gerais (Imagens de 13/05/2021 12Z; canal 01 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 4 Frente fria entre Rondônia e o Sudeste (Imagens de 24/05/2021 06Z; canal 13 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 5 Frente fria próxima ao litoral de São Paulo, e outra frente semi-estacionária na retaguarda sobre a região Sul (Imagens de 29/05/2021 12Z; canal 01 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 6 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá no mês de maio de 2021.

Figura 7 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na cidade de Itajubá no mês de maio de 2021.


Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.

Boletim Meteorológico Mensal da Unifei - Volume 11 - Número 04

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de abril de 2021, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Neste mês, a temperatura média do ar oscilou entre 18,3ºC e 21,7°C (a média foi 19,8ºC). As médias de temperaturas mínimas e máximas foram, respectivamente, 13,7°C e 26,9°C (anomalias de -1,6 e -0,7°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 29,4ºC (dias 12 e 26) e a menor temperatura mínima foi 9,9ºC (dia 21). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 73,2% e 0,69 m/s (2,47 km/h), respectivamente. No mês de abril a direção predominante do vento foi a Sudeste. Houve 8 dias com precipitação, sendo 4 dias com precipitação acima de 0,4 mm, totalizando 13,4 mm (23% da média), o mês de abril mais seco desde o início das medições.

No mês de abril de 2021 atuaram 2 frentes frias. No início do mês atuou uma alta pós-frontal após a passagem de uma frente fria no final de março, mantendo o tempo estável com manhãs frias e tardes mais quentes. Nos dias 5 e 6 choveu 7,9 mm devido ao ar mais frio e úmido impulsionado por um sistema de alta pressão em alto mar. Uma frente fria atuou entre o sul de São Paulo e de Minas Gerais entre os dias 12 e 13 (Figura 2), provocando nova queda nas temperaturas, mas sem causar precipitação significativa. No dia 18 a formação de uma área de baixa pressão próxima do litoral do Rio de Janeiro manteve o tempo fechado, mas provocou apenas 1,0 mm de precipitação. Esta área de baixa pressão se aprofundou e tornou-se a Tempestade Subtropical Potira, que atuou entre os dias 19 e 24 (Figura 3). A interação da Tempestade Potira com uma alta pressão no oceano impulsionou mais ar frio para o sul de Minas Gerais, e no dia 21 ocorreu a menor temperatura mínima do mês (9,9°C). Outra frente fria passou pelo litoral do Sudeste entre os dias 26 e 27 (Figura 4), causando aumento na nebulosidade e chuva (3,3 mm no dia 27).

Com relação à nebulosidade (Figura 5), a média mensal da cobertura diária de nuvens foi de 33%. O dia mais nebuloso foi o dia 18 de abril.

O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no mês de abril é mostrado na Figura 6. Detalhes sobre o IET são fornecidos no volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25 indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor diário de IET, o menor valor registrado foi 21,5 (dia 18), o maior valor foi 26,4 (dia 03), a média mensal foi 24,1, e a média da hora de ocorrência do maior IET 13h30. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por cerca das 12:00 às 16:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições atmosféricas opostas (Figuras 5 e 6). 

Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 0,16, o que caracteriza um clima semiárido.

Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como sugestão o acesso aos sites:

http://meteorologia.unifei.edu.br 

https://www.wunderground.com/personal-weather-station/dashboard?ID=IITAJUB5 

Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes regiões do país, sugerimos o acesso à página:

www.grec.iag.usp.br

Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de abril de 2021 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (°C) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 

Figura 2 Frente semiestacionária com ramo frio sobre o sul de Minas (Imagens de 13/04/2021 06Z; canal 13 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 3 Tempestade Subtropícal Potira próxima ao litoral norte do Rio de Janeiro (Imagens de 21/04/2021 12Z; canal 01 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 4 Frente fria no oceano próximo do litoral do Rio de Janeiro (Imagens de 24/04/2021 18Z; canal 13 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 5 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá no mês de abril de 2021.

Figura 6 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na cidade de Itajubá no mês de abril de 2021.


Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.

Boletim Meteorológico Mensal da Unifei - Volume 11 - Número 03

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de março de 2021, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Neste mês, a temperatura média do ar oscilou entre 19,9ºC e 24,2°C (a média foi 22,4ºC). As médias de temperaturas mínimas e máximas foram, respectivamente, 17,5°C e 29,0°C (anomalias de +0,1 e +0,3°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 31,3ºC (dia 25) e a menor temperatura mínima foi 15,7ºC (dia 31). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 78,9% e 0,41 m/s (1,46 km/h), respectivamente. No mês de março a direção predominante do vento foi a Nordeste. Houve 16 dias com precipitação, sendo 14 dias com precipitação acima de 0,4 mm, totalizando 192,3 mm (105% da média).

No mês de março de 2021 3 frentes frias influenciaram o tempo sobre o sul de Minas Gerais. Entre os dias 6 e 7 uma frente fria passou pelo litoral do Sudeste, e ajudou na configuração da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que atuou entre os dias 7 e 12 entre o sul da Amazônia e a região Sudeste do Brasil (Figura 2). Estes sistemas provocaram chuva intensa, queda nas temperaturas e grande aumento na nebulosidade; foram registrados 114,2 mm entre os dias 5 e 7, sendo 75,2 mm apenas no dia 7. A formação de alguns cavados invertidos provocou pancadas de chuva entre os dias 14 e 16, com destaque para o acumulado de 25,4 mm no dia 14. Entre os dias 18 e 19 uma nova frente fria passou próximo do litoral do Sudeste (Figura 3), propiciando a formação de nebulosidade mais densa e chuva (5,4 mm no dia 18). A terceira frente fria atuou entre o leste paulista e sul de Minas entre os dias 30 e 31, sem causar precipitação em Itajubá mas provocando queda nas temperatura em virtude da alta pós-frontal que ingressou após sua passagem (Figura 4). 

Com relação à nebulosidade (Figura 5), a média mensal da cobertura diária de nuvens foi de 43%. Os dias mais nebulosos foram 07 e 18 de março.

O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no mês de março é mostrado na Figura 6. Detalhes sobre o IET são fornecidos no volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25 indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor diário de IET, o menor valor registrado foi 23,7 (dia 18), o maior valor foi 29,0 (dia 13), a média mensal foi 27,3, e a média da hora de ocorrência do maior IET 13h14. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por cerca das 12:00 às 16:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições atmosféricas opostas (Figuras 5 e 6). 

Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 1,96, o que caracteriza um clima úmido.

Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como sugestão o acesso aos sites:

http://meteorologia.unifei.edu.br 

https://www.wunderground.com/personal-weather-station/dashboard?ID=IITAJUB5 

Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes regiões do país, sugerimos o acesso à página:

www.grec.iag.usp.br


Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de março de 2021 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 

Figura 2 ZCAS entre Rondônia e o estado do Rio de Janeiro, e uma frente fria sobre o oceano próximo ao litoral norte do Rio de Janeiro (Imagens de 07/03/2021 00Z; canal 13 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 3 Frente fria no oceano próximo do litoral de São Paulo (Imagens de 19/03/2021 12Z; canal 01 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 4 Frente fria passando sobre o sul de São Paulo (Imagens de 31/03/2021 00Z; canal 13 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 5 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá no mês de março de 2021.

Figura 6 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na cidade de Itajubá no mês de março de 2021.


Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.


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