segunda-feira, 13 de junho de 2011

Temperaturas mínimas no início de junho

No dia 05 de junho foi registrado 6,6oC e no dia 06, a mínima do mês (até o presente) de 3,6oC, com sensação térmica de 1,7°C. A passagem de uma frente fria no final do dia 04 de junho com o posterior estabelecimento de uma alta pressão, caracterizada por uma massa de ar frio na sua retaguarda, contribuíram para a redução da temperatura, juntamente com o intenso resfriamento radiativo noturno da superfície. Muita gente reclamou do frio durante a festa junina da Unifei. Durante a festa a temperatura oscilou entre 10 e 12°C, entre as 19 e as 22h.
Com enfraquecimento da alta no dia 07, as temperaturas voltaram a subir. Entretanto, neste último final de semana as temperaturas voltaram a cair com registros de até 5,8°C no dia 11. De qualquer modo, as temperaturas continuam baixas devido às características da estação vigente.

Boletim Meteorológico - Maio 2011

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de maio de 2011, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Em março, a temperatura do ar média oscilou entre 13,7ºC e 20,0ºC (a média foi 17,4ºC). A maior temperatura máxima registrada foi 28,4ºC (dia 06) e a menor temperatura mínima foi 6,3ºC (dia 30). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 78% e 0,55 km/h (0,15 m/s), respectivamente. Já a direção predominante do vento foi a norte. Em treze dias do mês ocorreu precipitação, contabilizando um total de 27,2 mm.


Figura 1 Variáveis atmosféricas medidas no mês de maio de 2011 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura, d) totais diários de precipitação (mm), e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (km/h) a 2,5 m de altura.

A partir da segunda quinzena de maio as temperaturas e a umidade relativa começaram a diminuir, enquanto que a pressão atmosférica, a aumentar (Figura 1). Tais características da atmosfera estão associadas com o caminho aparente do sol ao longo do ano. De meados do outono a meados da primavera as latitudes subtropicais e altas do Hemisfério Sul têm um menor aquecimento solar do que as do Hemisfério Norte, o que justifica o declínio das temperaturas. Nesta época do ano, o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), além de estar mais intenso, se prolonga para oeste atuando sobre o sudeste do Brasil (Figura 2). Este sistema contribuiu para as maiores pressões atmosféricas mostradas na Figura 1c, bem como para a redução da umidade relativa (Figura 1e) e ausência de precipitação (Figura 1d), já que inibe os movimentos ascendentes na atmosfera que são importantes para a formação de nuvens.

Figura 2 Análise da atmosfera no dia 08 de maio às 12 UTC (9 horas local). As linhas amarelas representam a pressão atmosférica. Com isso é possível notar a presença do ASAS sobre a região sudeste.Fonte: CPTEC/INPE.

Dos treze dias com precipitação no mês de maio, apenas dois merecem destaque devido à ocorrência de totais mais elevados: dia 1º e dia 15 (Figura 1d). No primeiro caso, a proximidade de uma frente fria (Figura 3) induziu a ocorrência de ventos de nordeste que ao transportarem calor e umidade para Itajubá favoreceram a ocorrência de precipitação. De acordo com o GPT/CPTEC, a frente atuou no dia 02 no sul de Minas Gerais.

Figura 3 Análise da atmosfera no dia 1º de maio às 18 UTC (15 horas local). As linhas azuis com triângulos indicam a localização de frentes frias. Fonte: CPTEC/INPE.

A chegada da frente em Itajubá não mudou a direção do vento para quadrante sul como é observado na maioria dos casos. Entretanto, nos dias posteriores as temperaturas diminuíram e a pressão atmosférica aumentou o que caracteriza a incursão de uma massa com ar mais frio do que o predominante na região. No dia 15 de maio uma área de baixa pressão atmosférica sobre São Paulo e Minas Gerais produziu instabilidade atmosférica, muitas nuvens e precipitação (Figura 4).

No final de maio ocorreu a passagem de mais um sistema frontal frio na região. A frente atuou no dia 28 contribuindo para mudança da direção do vento de quadrante norte para sul, queda de temperatura após sua passagem e aumento da pressão atmosférica.

Figura 4 a) Análise da atmosfera no dia 15 de maio às 18 UTC (15 horas local). Nessa figura a área de baixa pressão sobre a região sudeste do Brasil é indicada com uma linha amarela pontilhada. b) Imagem realçada do  satélite GOES-12 no mesmo dia e horário de (a) mostrando regiões de nuvens sobre São Paulo e o sul de Minas Gerais. Fonte: CPTEC/INPE.

Com o predomínio do ASAS sobre a região sudeste no mês de maio, a cobertura de nuvens no céu diminuiu em relação aos meses anteriores. A Figura 5 mostra o percentual de nebulosidade associado a cada dia do mês e indica o declínio das porcentagens na segunda quinzena do mês. Em média, a cada dia do mês, aproximadamente 32% da abóboda celeste esteve coberta por nuvens.

Figura 5 Simulação numérica da cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá em maio de 2011.

A trajetória dos ciclones nos oceanos adjacentes a América do Sul é mostrada na Figura 6. Essa figura é obtida através de um programa que identifica mínimos de pressão atmosférica. A área de baixa pressão que causou chuvas em Itajubá no dia 15 evolui para um ciclone como mostra a Figura 6. Esse foi o único sistema formado próximo ao sudeste no mês de maio.

Figura 6 Trajetória dos ciclones nos oceanos que circundam a América do Sul no mês de maio de 2011. A posição de cada sistema em intervalos de 6 horas é indicada pelos círculos preenchidos. A posição inicial dos ciclones não apresenta marcador. A data de início dos sistemas que se formam próximo à costa brasileira é indicada na figura. Ressalta-se que a figura inclui apenas sistemas com tempo de vida superior a 24 horas.


Resumo informativo sobre o tempo em Itajubá
Programa de Graduação em Ciências Atmosféricas - Instituto de Recursos Naturais – Universidade Federal de Itajubá
n° 9 – mês de referência: Maio/2011
Desenvolvimento: Profa. Michelle Reboita
Colaboração: Prof. Arcilan Trevenzoli Assireu
Coordenação: Prof. Marcelo de Paula Corrêa

Contato: cat.itajuba@unifei.edu.br

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