Figura 1 Variáveis atmosféricas medidas no mês de maio de 2011 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura, d) totais diários de precipitação (mm), e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (km/h) a 2,5 m de altura.
A partir da segunda quinzena de maio as temperaturas e a umidade relativa começaram a diminuir, enquanto que a pressão atmosférica, a aumentar (Figura 1). Tais características da atmosfera estão associadas com o caminho aparente do sol ao longo do ano. De meados do outono a meados da primavera as latitudes subtropicais e altas do Hemisfério Sul têm um menor aquecimento solar do que as do Hemisfério Norte, o que justifica o declínio das temperaturas. Nesta época do ano, o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), além de estar mais intenso, se prolonga para oeste atuando sobre o sudeste do Brasil (Figura 2). Este sistema contribuiu para as maiores pressões atmosféricas mostradas na Figura 1c, bem como para a redução da umidade relativa (Figura 1e) e ausência de precipitação (Figura 1d), já que inibe os movimentos ascendentes na atmosfera que são importantes para a formação de nuvens.
Figura 2 Análise da atmosfera no dia 08 de maio às 12 UTC (9 horas local). As linhas amarelas representam a pressão atmosférica. Com isso é possível notar a presença do ASAS sobre a região sudeste.Fonte: CPTEC/INPE.
Dos treze dias com precipitação no mês de maio, apenas dois merecem destaque devido à ocorrência de totais mais elevados: dia 1º e dia 15 (Figura 1d). No primeiro caso, a proximidade de uma frente fria (Figura 3) induziu a ocorrência de ventos de nordeste que ao transportarem calor e umidade para Itajubá favoreceram a ocorrência de precipitação. De acordo com o GPT/CPTEC, a frente atuou no dia 02 no sul de Minas Gerais.
Figura 3 Análise da atmosfera no dia 1º de maio às 18 UTC (15 horas local). As linhas azuis com triângulos indicam a localização de frentes frias. Fonte: CPTEC/INPE.
A chegada da frente em Itajubá não mudou a direção do vento para quadrante sul como é observado na maioria dos casos. Entretanto, nos dias posteriores as temperaturas diminuíram e a pressão atmosférica aumentou o que caracteriza a incursão de uma massa com ar mais frio do que o predominante na região. No dia 15 de maio uma área de baixa pressão atmosférica sobre São Paulo e Minas Gerais produziu instabilidade atmosférica, muitas nuvens e precipitação (Figura 4).
No final de maio ocorreu a passagem de mais um sistema frontal frio na região. A frente atuou no dia 28 contribuindo para mudança da direção do vento de quadrante norte para sul, queda de temperatura após sua passagem e aumento da pressão atmosférica.
Com o predomínio do ASAS sobre a região sudeste no mês de maio, a cobertura de nuvens no céu diminuiu em relação aos meses anteriores. A Figura 5 mostra o percentual de nebulosidade associado a cada dia do mês e indica o declínio das porcentagens na segunda quinzena do mês. Em média, a cada dia do mês, aproximadamente 32% da abóboda celeste esteve coberta por nuvens.
Figura 5 Simulação numérica da cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá em maio de 2011.
A trajetória dos ciclones nos oceanos adjacentes a América do Sul é mostrada na Figura 6. Essa figura é obtida através de um programa que identifica mínimos de pressão atmosférica. A área de baixa pressão que causou chuvas em Itajubá no dia 15 evolui para um ciclone como mostra a Figura 6. Esse foi o único sistema formado próximo ao sudeste no mês de maio.
Figura 6 Trajetória dos ciclones nos oceanos que circundam a América do Sul no mês de maio de 2011. A posição de cada sistema em intervalos de 6 horas é indicada pelos círculos preenchidos. A posição inicial dos ciclones não apresenta marcador. A data de início dos sistemas que se formam próximo à costa brasileira é indicada na figura. Ressalta-se que a figura inclui apenas sistemas com tempo de vida superior a 24 horas.
Resumo informativo sobre o tempo em Itajubá
Programa de Graduação em Ciências Atmosféricas - Instituto de Recursos Naturais – Universidade Federal de Itajubán° 9 – mês de referência: Maio/2011
Desenvolvimento: Profa. Michelle Reboita
Colaboração: Prof. Arcilan Trevenzoli Assireu
Coordenação: Prof. Marcelo de Paula Corrêa
Contato: cat.itajuba@unifei.edu.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário