terça-feira, 23 de junho de 2020

Boletim Meteorológico Mensal da Unifei - Volume 10 - Número 05

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de maio de 2020, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1 e no Anexo 1. Neste mês, a temperatura média do ar oscilou entre 11,3ºC e 19,6°C (a média foi 16,6°C). As médias de temperaturas mínimas e máximas foram, respectivamente, 10,6°C e 24,5°C (anomalias de -1,7 e -0,6°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 28,9ºC (dia 01 e a menor temperatura mínima foi 3,7ºC (dia 28), a menor já registrada em maio pela estação desde sua instalação. As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 77,1% e 0,18 m/s (0,63 km/h), respectivamente. No mês de maio a direção predominante do vento foi a Nordeste. Houve 13 dias com precipitação, sendo 4 dias com precipitação acima de 0,4 mm, totalizando 16,4 mm (30,4% da média). Os desvios calculados aqui provêm das médias da estação desde abril de 2010 (Anexo 2).

O mês de maio de 2020 foi o mais frio e o mais seco desde a abertura da estação. Foi o terceiro mês seguido com chuva abaixo da média. Ao longo do mês, 5 frentes frias passaram pela região Sudeste do Brasil. A primeira passou pelo litoral de São Paulo entre os dias 1 e 2, sem alterar significativamente o tempo no sul de Minas Gerais. A segunda foi uma frente semiestacionária continental (Figura 2a) que passou entre os dias 6 e 8, causando aumento na nebulosidade e queda na temperatura máxima; a alta pós-frontal na retaguarda da frente provocou diminuição nas temperaturas mínimas, que permaneceram baixas até o dia 13. Nos dias 15 e 16, uma nova frente semiestacionária continental (Figura 2b) influenciou o tempo no sul de Minas, com aumento na nebulosidade e chuva (5,6 mm no dia 14). Nos dias 23, 24 e 25, uma onda frontal (Figura 2c) atuou no centro-sul do Brasil, com a formação de um ciclone extratropical no litoral do Rio Grande do Sul, causando 6,2 mm de chuva no dia 24; houve avanço de uma alta pós-frontal que provocou forte queda nas temperaturas. Houve incremento do ar frio com o avanço de uma frente fria secundária pelo litoral do Sul e Sudeste entre os dias 25 e 26 (Figura 2d), e este reforço causou a menor temperatura já registrada em maio pela estação da Unifei, com 3,7°C no dia 28. As temperaturas permaneceram baixas até o fim do mês. A umidade relativa do ar também ficou baixa em virtude da massa de ar frio, chegando a 23% no dia 29.

Com relação à nebulosidade (Figura 3), a média mensal da cobertura diária de nuvens foi de 30%. Os dias mais nebulosos foram os dias 14, 15, 23 e 24 de maio.

O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no mês de maio é mostrado na Figura 4. Detalhes sobre o IET são fornecidos no volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25 indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor diário de IET, o menor valor registrado foi 17,2 (dia 26), o maior valor foi 24,6 (dia 01), a média mensal foi 21,6, e a média da hora de ocorrência do maior IET 13h32. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por cerca das 12:00 às 16:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições atmosféricas opostas (Figuras 3 e 4). 

Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 0,34, o que caracteriza um clima semi-árido.

Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como sugestão o acesso aos sites:



Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes regiões do país, sugerimos o acesso à página:


Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de maio de 2020 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 

Figura 2 (a) Frente semiestacionária entre a Amazônia e o Sudeste, com ramo frio marítimo (07/05 12Z); (b) Frente semiestacionária continental, com ramo frio marítimo (15/05 12Z); (c) Onda frontal, com ampla frente fria continental e ciclone extratropical no Atlântico (24/05 00Z); (d) Frente semiestacionária derivada do avanço da onda friontal (c) e frente fria secundária passando pelo litoral do Sul e Sudeste (25/05 18Z). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 3 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá no mês de maio de 2020.

Figura 4 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na cidade de Itajubá no mês de maio de 2020.

Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Boletim Meteorológico Mensal da Unifei - Volume 10 - Número 04

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de abril de 2020, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1 e no Anexo 1. Neste mês, a temperatura média do ar oscilou entre 17,1ºC e 22,4°C (a média foi 20,4°C). As médias de temperaturas mínimas e máximas foram, respectivamente, 14,5°C e 27,3°C (anomalias de -0,9 e -0,4°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 29,7ºC (dia 03 e a menor temperatura mínima foi 9,8ºC (dia 28). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 77,2% e 0,24 m/s (0,88 km/h), respectivamente. No mês de abril a direção predominante do vento foi a Nordeste. Houve 7 dias com precipitação, sendo 3 dias com precipitação acima de 0,4 mm, totalizando 36,2 mm (59,4% da média). Os desvios calculados aqui provêm das médias da estação desde abril de 2010 (Anexo 2).

Ao longo do mês de abril de 2020, quatro frentes frias atuaram sobre o sul de Minas Gerais, com todas provocando alterações nas condições do tempo. A primeira frente fria (Figura 2a) atuou entre os dias 3 e 4 entre o sul da Bolívia e o Sudeste, causando 2,8 mm de precipitação no dia 3; a alta pós-frontal que a acompanhava provocou queda nas temperaturas mínimas dos dias 4 a 6. Entre os dias 7 e 9, a segunda frente fria passou pela região (Figura 2b) provocando aumento na nebulosidade e precipitação com volume de 10,8 mm no dia 7. O terceiro sistema foi uma frente semiestacionária bastante continentalizada (Figura 2c) que passou entre os dias 15 e 16, causando 21,8 mm de chuva no dia 16; não houve forte queda nas temperaturas. A circulação de uma alta pressão com centro no Oceano Atlântico e com bordas atuantes na região Sudeste trouxe condições de tempo estável entre os dias 20 e 26, com temperaturas baixas pela madrugada e menor umidade relativa do ar. No dia 27, a quarta frente fria passou pelo litoral da região Sudeste (Figura 2d), sem provocar aumento na nebulosidade ou precipitação; a alta pós-frontal que ingressou na sequência causou no dia 28 a menor temperatura do mês, com 9,8°C.

Com relação à nebulosidade (Figura 3), a média mensal da cobertura diária de nuvens foi de 35%. O dia mais nebuloso foi o dia 14 de abril.

O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no mês de abril é mostrado na Figura 4. Detalhes sobre o IET são fornecidos no volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25 indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor diário de IET, o menor valor registrado foi 22,7 (dia 29), o maior valor foi 28,1 (dia 03), a média mensal foi 24,8, e a média da hora de ocorrência do maior IET 13h21. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por cerca das 12:00 às 16:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições atmosféricas opostas (Figuras 3 e 4). 

Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 0,51, o que caracteriza um clima subúmido seco.

Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como sugestão o acesso aos sites:



Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes regiões do país, sugerimos o acesso à página:


Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de abril de 2020 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 

Figura 2 (a) Frente fria entre o sul da Bolívia e o sul da região Sudeste, com ramo estacionário sobre São Paulo (04/04 00Z); (b) Frente fria entre o Mato Grosso do Sul e o sul de Minas Gerais (08/04 06Z); (c) Frente semiestacionária entre o sul da Amazônia e o Rio de Janeiro (16/04 00Z); (d) Frente fria passando pelo Oceano Atlântico próximo do litoral do Sudeste (27/04 18Z). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 3 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá no mês de abril de 2020.

Figura 4 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na cidade de Itajubá no mês de abril de 2020.

Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.

Boletim Meteorológico Mensal da Unifei - Volume 10 - Número 03


As condições atmosféricas em Itajubá no mês de março de 2020, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1 e no Anexo 1. Neste mês, a temperatura média do ar oscilou entre 20,0ºC e 23,8°C (a média foi 22,0°C). As médias de temperaturas mínimas e máximas foram, respectivamente, 16,4°C e 28,7°C (anomalias de -1,1 e 0,0°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 31,3ºC (dias 11, 14 e 18) e a menor temperatura mínima foi 11,9ºC (dia 24). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 76,3% e 0,36 m/s (1,30 km/h), respectivamente. No mês de março a direção predominante do vento foi a Nordeste. Houve 12 dias com precipitação, sendo 8 dias com precipitação acima de 0,4 mm, totalizando 100,6 mm (52,4% da média). Os desvios calculados aqui provêm das médias da estação desde abril de 2010.

No mês de março de 2020 houve a atuação de duas frentes com alteração mais significativa nas condições do tempo no sul de Minas Gerais. A primeira frente semiestacionária (Figura 2a) atuou juntamente com a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que esteve ativa entre os dias 1 e 9 de março, o que influenciou na precipitação de 15,4 mm no dia 1; dos dias 2 a 9 o sistema se manteve entre o norte de Minas Gerais e sul da Bahia. Após o deslocamento da ZCAS para o norte, atuou uma alta pós-frontal que manteve o tempo predominantemente estável e com amplitudes térmicas maiores; a temperatura chegou a 13,7°C no dia 6. Entre os dias 10 e 18, a temperatura entrou em elevação, e a junção de calor e umidade mais elevada provocou 28,6 mm de chuva no dia 15, o maior acumulado do mês. Nos dias 19 e 20, instabilidades pré-frontais provocaram acumulados de 15,0 mm, e no dia 21 uma frente fria passou pela região (Figura 2b) causando queda na temperatura e chuva, com acumulado de 2,6 mm. Após a passagem desta frente, as temperaturas mínimas ficaram baixas até o dia 27, chegando a 11,9°C no dia 24, a menor temperatura do mês. Dos dias 28 a 31 a temperatura se elevou, e com a atuação de cavados em superfície (Figura 2c) houve precipitação com acumulados de 4,6 mm no dia 29 e 9,2 mm no dia 31.

Com relação à nebulosidade (Figura 3), a média mensal da cobertura diária de nuvens foi de 38%. O dia mais nebuloso foi o dia 20 de março.

O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no mês de março é mostrado na Figura 4. Detalhes sobre o IET são fornecidos no volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25 indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor diário de IET, o menor valor registrado foi 23,4 (dia 15), o maior valor foi 28,6 (dia 15), a média mensal foi 26,4, e a média da hora de ocorrência do maior IET 13h27. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por cerca das 12:00 às 16:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições atmosféricas opostas (Figuras 3 e 4). 

Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 1,07, o que caracteriza um clima úmido.

Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como sugestão o acesso aos sites:



Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes regiões do país, sugerimos o acesso à página:


Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de março de 2020 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 

Figura 2 (a) ZCAS entre o sudoeste do Amazonas e o sul de Minas Gerais, e uma frente semiestacionária no Oceano Atlântico 01/03 18Z); (b) Frente fria atuando sobre o sul de Minas Gerais (21/03 18Z); (c) Cavados em superfície entre o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil (30/03 06Z). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 3 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá no mês de março de 2020.

Figura 4 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na cidade de Itajubá no mês de março de 2020.

Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.

domingo, 21 de junho de 2020

Boletim Meteorológico Mensal da Unifei - Volume 10 - Número 02

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de fevereiro de 2020, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1 e no Anexo 1. Neste mês, a temperatura média do ar oscilou entre 20,3ºC e 24,8°C (a média foi 22,3ºC). As médias de temperaturas mínimas e máximas foram, respectivamente, 18,7°C e 27,6°C (anomalias de +0,5 e -2,3°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 31,4ºC (dia 15) e a menor temperatura mínima foi 16,5ºC (dia 23). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 84,3% e 0,30 m/s (1,09 km/h), respectivamente. No mês de janeiro a direção predominante do vento foi a Nordeste. Houve 23 dias com precipitação, sendo 22 dias com precipitação acima de 0,4 mm, totalizando 305,0 mm (175,7% da média). Os desvios calculados aqui provêm das médias da estação desde abril de 2010.

No mês de fevereiro de 2020 houve a atuação de 4 frentes frias, sendo que 3 delas provocaram alterações mais significativas no tempo no sul de Minas Gerais. A primeira foi uma frente semi-estacionária que passou sobre o oceano próximo do litoral do Rio de Janeiro, organizando áreas de instabilidade entre os dias 1 e 2 (18,0 mm). Entre os dias 3 e 6, foram 83,6 mm provocados pela propagação de cavados em médios níveis entre o Sul e Sudeste do Brasil. A segunda frente fria atuou entre os dias 10 e 12 (Figura 2a), e houve formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Os dois sistemas, em conjunto com ventos úmidos vindos do oceano, provocaram 103,8 mm de precipitação; o município de Itajubá ficou em estado de atenção para a subida do nível do Rio Sapucaí, que ficou na iminência de extravasar no dia 11. No dia 22, a passagem de uma nova frente fria (Figura 2b), que atuou desde o sul da Amazônia até o Sudeste, provocou queda na temperatura (16,5°C no dia 23). Entre os dias 26 e 29, a entrada de uma frente fria e a atuação da ZCAS (Figura 2c) provocaram 43,2 mm de chuva; houve também aumento na nebulosidade e queda nas temperaturas máximas.

Com relação à nebulosidade (Figura 3), a média mensal da cobertura diária de nuvens foi de 66%. Os dias mais nebulosos foram 10, 24, 26 e 27 de fevereiro.

O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no mês de fevereiro é mostrado na Figura 4. Detalhes sobre o IET são fornecidos no volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25 indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor diário de IET, o menor valor registrado foi 21,6 (dia 27), o maior valor foi 29,3 (dia 01), a média mensal foi 26,6, e a média da hora de ocorrência do maior IET 13h28. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por cerca das 12:00 às 16:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições atmosféricas opostas (Figuras 3 e 4). 

Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 3,20, o que caracteriza um clima úmido.

Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como sugestão o acesso aos sites:



Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes regiões do país, sugerimos o acesso à página:


Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de fevereiro de 2020 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 

Figura 2 (a) ZCAS entre o sul da Amazônia e o Sudeste atuando junto de uma frente fria no sul de Minas Gerais (11/02 12Z); (b) frente semi-estacionária, com ramo frio no sul de Minas Gerais (23/02 06Z); (c) frente semi-estacionária e ZCAS (27/02 12Z). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 3 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá no mês de fevereiro de 2020.

Figura 4 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na cidade de Itajubá no mês de fevereiro de 2020.

Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.

Seguidores