segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Boletim Meteorológico - Julho 2011

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de julho de 2011, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Entretanto, devido a problemas na estação não houve registro de dados entre os dias 05 e 14 de julho. Isso impossibilitou o cálculo das médias mensais das variáveis medidas. Portanto, neste documento será fornecida uma explanação dos sistemas de tempo que atuaram em Itajubá com base na análise de cartas meteorológicas elaboradas pelo Grupo de Previsão de Tempo do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (GPT/CPTEC).

Figura 1 Variáveis atmosféricas medidas no mês de julho de 2011 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura, d) totais diários de precipitação (mm), e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 


De acordo com o GPT/CPTEC, no mês de julho ocorreu a atuação de dois sistemas frontais frios no sul de Minas Gerais: um no dia 04 e outro no dia 22. Na Figura 1 é possível acompanhar a evolução das variáveis atmosféricas desde o período que antecede a passagem da frente no dia 22 até a incursão da massa de ar frio após a passagem desse sistema. Como a frente se manteve praticamente estacionária entre os dias 22 e 23, a nebulosidade desse sistema não permitiu a perda de energia da superfície terrestre e da atmosfera para o espaço, o que contribuiu para o maior valor de temperatura mínima registrado no dia 23 (Figura 1a). Nesse dia também foram registrados os ventos mais intensos da segunda quinzena do mês (Figura 1e). Com o deslocamento da frente (a partir do dia 23), a massa de ar frio invadiu o sul de Minas Gerais contribuindo para o aumento da pressão atmosférica (Figura 1b) e redução das temperaturas (Figura 1a)
A precipitação registrada nos dias 26 e 27 (Figura 1d), provavelmente, esteve associada ao transporte de umidade proveniente do oceano Atlântico para o sul de Minas Gerais. Já no dia 30, uma área de baixa pressão sobre tal região pode ter contribuído para movimentos ascendentes na atmosfera, formação de nuvens e, consequentemente, precipitação. 
Nos dias sem registro de dados (Figura 1), as cartas do GPT/CPTEC mostram predomínio de uma massa de ar frio no sul de Minas Gerais após a passagem do sistema frontal do dia 04 (Figura 2) e, após o enfraquecimento desse sistema, houve a atuação do setor oeste do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul na região (Figura 3). Esses sistemas podem ter contribuído para dias com céu claro. 


 Figura 2 Análise atmosférica nos dias 07 (a) e 08 (b) de julho às 15 horas local. Estas análises mostram a atuação de uma massa de ar frio sobre o sul e sudeste do Brasil que é indicada pelas linhas amarelas. Fonte: INPE-CPTEC-GPT.


 Figura 3 Análise atmosférica no dia 13/07 às 3 horas local. A análise mostra a atuação do setor oeste do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul sobre o leste do Brasil e estendendo-se do norte do Rio Grande do Sul até Pernambuco. Tal sistema de alta pressão é identificado através das linhas amarelas. Fonte: INPE-CPTEC-GPT.



A Figura 4 mostra o percentual de nebulosidade associado a cada dia do mês. A maior porcentagem foi registrada no dia 04 o que pode estar associado com a passagem da primeira frente fria do mês pela região. A maior nebulosidade do dia 22, comparada à dos três dias anteriores, pode justificar o valor mais elevado de temperatura mínima no dia 23. Já que a temperatura mínima ocorre por volta do amanhecer, a nebulosidade do dia 22 pode ter impedido a perda de energia para o espaço, implicando em maior temperatura mínima no dia seguinte.

Figura 4 Simulação numérica da cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá em julho de 2011.



A trajetória dos ciclones nos oceanos adjacentes à América do Sul é mostrada na Figura 5. De acordo com a figura, nenhum ciclone influenciou as condições atmosféricas em Itajubá no mês de julho.


Figura 5 Trajetória dos ciclones nos oceanos que circundam a América do Sul no mês de julho de 2011. A posição de cada sistema em intervalos de 6 horas é indicada pelos círculos preenchidos. A posição inicial dos ciclones não apresenta marcador. A data de início dos sistemas que se formam próximo à costa leste da América do Sul é indicada na figura. Ressalta-se que a figura inclui apenas sistemas com tempo de vida superior a 24 horas. Mais informações sobre ciclones podem ser obtidas em www.grec.iag.usp.br.




Resumo informativo sobre o tempo em Itajubá
Programa de Graduação em Ciências Atmosféricas - Instituto de Recursos Naturais – Universidade Federal de Itajubá
n° 10 – mês de referência: Junho/2011
Desenvolvimento: Profa. Michelle Reboita
Colaboração: Prof. Arcilan Trevenzoli Assireu
      Thomas de Lucas Magalhaes Rosa e Silva
Coordenação: Prof. Marcelo de Paula Corrêa

Contato: cat.itajuba@unifei.edu.br

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