As condições atmosféricas em Itajubá no mês de março de
2019, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são
apresentadas na Figura 1. Neste mês, a temperatura média do ar
oscilou entre 20,1ºC e 24,9°C (a média foi 22,3ºC). As médias de temperaturas
mínimas e máximas foram, respectivamente, 17,1°C e 28,9°C (desvios de -0,3 e
+0,2°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 32,9ºC
(dias 8 e 9) e a menor temperatura mínima foi 14,6ºC (dia 30). As médias mensais
da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 80,2% e 0,40 m/s
(1,44 km/h), respectivamente. No mês de março a direção predominante do vento
foi a Nordeste. Houve 22 dias com precipitação, totalizando 259,4 mm (141,8% da
média). Os desvios calculados aqui provêm das médias da estação desde abril de
2010 (Anexo 2).
No mês de março de 2019 aturaram 3 sistemas frontais. Entre
os dias 1 e 3, uma ZCAS influenciou no tempo do sul de Minas Gerais (Figura
2a), em que muita nebulosidade e acumulados expressivos de precipitação
provocaram quedas na temperatura; no dia 1, choveu 58,6 mm e no dia 3 foram
67,0 mm na estação meteorológica da UNIFEI. Entre 6 e 10 de março, a
temperatura se elevou devido ao predomínio de circulação anticiclônica, o que
favoreceu maior período de insolação e inibição na formação de chuvas convectivas.
No dia 11, uma frente fria atuou no litoral do Sudeste (Figura 2b), e provocou
indiretamente chuva forte e queda na temperatura (28,2 mm dia 11). Até o dia
18, as temperaturas permaneceram dentro do normal, e as chuvas foram provocadas
por convecção local, com destaque para os 40,0 mm registrados dia 17. Outra
frente fria passou pelo sul de MG entre os dias 21 e 22 (Figura 2c), sem
provocar muita chuva, mas com queda nas temperaturas e aumento da nebulosidade.
O maior destaque de março foi, sem dúvidas, a tempestade ciclônica Iba, que
atuou no Atlântico próximo ao litoral sul da Bahia e Espírito Santo entre os
dias 23 e 28 (Figura 5). A terceira frente fria atuou sobre o litoral de São
Paulo e Rio de Janeiro entre os dias 27 e 28 (Figura 2d), com atuação de alta
pós-frontal até dia 31 (mínima de 14,6°C no dia 30).
Com relação à nebulosidade (Figura 3), a média mensal da
cobertura diária de nuvens foi de 47%. Os dias mais nebulosos foram 01, 02 e 22
de março.
O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no
mês de março é mostrado na Figura 4. Detalhes sobre o IET são fornecidos no
volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem
realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25
indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores
maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor
diário de IET, o menor valor registrado foi 21,7 (dia 22), o maior valor foi
30,0 (dia 9), a média mensal foi 27,1, e a média da hora de ocorrência do maior
IET 13h31. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por cerca
das 12:00 às 15:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta
cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições
atmosféricas opostas (Figuras 3 e 4).
Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse
índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 2,66, o que
caracteriza um clima úmido.
Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a
evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como
sugestão o acesso aos sites:
Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos
ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes
regiões do país, sugerimos o acesso à página:
Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de março
de 2019 na estação meteorológica automática localizada no campus da
Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”):
a) temperatura (°C) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul)
e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da
pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do
vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação
(mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa
(%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de
altura.
Figura 2 (a) ZCAS atuando entre o sul da Amazônia e o
Atlântico sul, passando pelo Sudeste (02/03 – 18Z); (b) frente fria sobre o
oceano, atuando no litoral de SP e RJ (11/03 – 06Z); (c) frente fria passando
por SP e sul de MG, com alta pós-frontal (21/03 – 18Z); (d) frente fria próxima
ao litoral do Sudeste, com alta pós-frontal e a Depressão Tropical Iba ao norte
(28/03 – 00Z). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.
Figura 3 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá
no mês de março de 2019.
Figura 4 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na
cidade de Itajubá no mês de março de 2019.
Figura 5 Tempestade Iba na noite de 24/03 (Fonte: DSA/CPTEC
– GOES-16, 24/03 – 22:45UTC)