As condições atmosféricas em Itajubá no mês de agosto de
2019, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são
apresentadas na Figura 1. Neste mês, a temperatura média do ar
oscilou entre 13,7°C e 20,9°C (a média foi 17,6°C). As médias de temperaturas
mínimas e máximas foram, respectivamente, 11,2°C e 25,5°C (desvios de +0,6 e
-0,9°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 30,6°C (dia
31) e a menor temperatura mínima foi 7,0ºC (dia 16). As médias mensais da
umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 72,9% e 0,45 m/s (1,60
km/h), respectivamente. No mês de agosto, a direção predominante do vento foi a
Nordeste. Houve 10 dias com precipitação, sendo 6 dias com precipitação maior
que 0,4 mm, totalizando 26,8 mm (86,5% da média). Os desvios calculados aqui
provêm das médias da estação desde abril de 2010.
No mês de agosto de 2019 atuaram 4 sistemas frontais, sendo
que 3 deles causaram mudanças mais significativas no tempo. O primeiro foi uma
frente semiestacionária (Figura 2a) que atuou entre o sul da Amazônia e o
Sudeste nos dias 3 a 5 provocando significativa queda nas temperaturas máximas
(15,8°C no dia 4, com temperaturas entre 12 e 13°C no período da tarde), céu
encoberto e 12,2 mm de precipitação nos dias 3 e 4. As temperaturas
permaneceram mais baixas até o dia 7, e entre os dias 8 e 13 houve predomínio
de circulação anticiclônica, elevando a temperatura e diminuindo a umidade
relativa do ar (32% no dia 12). Neste período, a segunda frente fria se
aproximou do sul de Minas Gerais sem causar alterações significativas no tempo.
Entre 13 e 15 de agosto, uma terceira frente, semiestacionária, (Figura 2b)
atuou também desde a Amazônia até o Sudeste, porém sem causar chuva. A alta
pós-frontal que passou depois provocou queda na temperatura (7,0°C no dia 16).
Dos dias 19 a 21, outra frente semiestacionária (Figura 2c) passou pela região
causando chuva (5,8 mm dias 19 e 20) e queda na temperatura máxima (20,9°C no
dia 20). Nos dias 23 e 24, uma perturbação em médios níveis provocou chuva e
queda na temperatura (4,2 mm dia 23 e mínima de 7,8°C no dia 24). Entre 27 e
29, um cavado em baixos níveis (Figura 2d) atuou aumentando a nebulosidade. No
dia 31, instabilidades causadas pelo calor e umidade provocaram chuva (3,6 mm).
Com relação à nebulosidade (Figura 3), a média mensal da
cobertura diária de nuvens foi de 33%. Os dias mais nebulosos foram 03, 04, 20
e 23 de agosto.
O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no
mês de agosto é mostrado na Figura 4. Detalhes sobre o IET são fornecidos no
volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem
realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25
indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores
maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor
diário de IET, o menor valor registrado foi 13,9 (dia 4), o maior valor foi
25,5 (dia 31), a média mensal foi 22,0, e a média da hora de ocorrência do
maior IET 14h04. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas
entre as 12:00 às 15:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há
alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há
condições atmosféricas opostas (Figuras 3 e 4).
Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse
índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 0,50, o
que caracteriza um clima semiárido.
Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a
evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como
sugestão o acesso aos sites:
Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos
ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes
regiões do país, sugerimos o acesso à página:
Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de agosto
de 2019 na estação meteorológica automática localizada no campus da
Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”):
a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul)
e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da
pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do
vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação
(mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa
(%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de
altura.
Figura 2 (a) Frente fria entre a Amazônia e o Sudeste do
Brasil, com ramo estacionário sobre Minas Gerais(04/08 12Z); (b) Sistema frontal com ramo estacionário sobre
São Paulo e Minas Gerais (14/08 12Z); (c) Frente semiestacionária entre a Bolívia
e o litoral de São Paulo (19/08 18Z); (d) Cavado em superfície entre o Mato
Grosso do Sul e extremo sul de Minas Gerais (28/08 06Z) Fonte: GPT-CPTEC-INPE.
Figura 3 Cobertura de nuvens média diária na cidade de
Itajubá no mês de agosto de 2019.
Figura 4 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na
cidade de Itajubá no mês de agosto de 2019.
Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.