As condições atmosféricas em Itajubá no mês de maio de 2019,
medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são
apresentadas na Figura 1 e no Anexo 1. Neste mês, a temperatura média do ar
oscilou entre 14,5°C e 23,4°C (a média foi 19,4°C, o mais quente desde o início
das observações em abril de 2010). As médias de temperaturas mínimas e máximas
foram, respectivamente, 14,3°C e 26,2°C (desvios de +2,4 e +1,2°C,
respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 29,5°C (dia 13) e a
menor temperatura mínima foi 7,0ºC (dia 26). As médias mensais da umidade
relativa do ar e da intensidade do vento foram 81,3% e 0,24 m/s (0,85 km/h),
respectivamente. No mês de maio, a direção predominante do vento foi a
Nordeste. Houve 16 dias com precipitação, sendo 7 dias com precipitação maior
que 0,2 mm, totalizando 51,2 mm (94,3% da média).
No mês de maio de 2019 aturaram 4 sistemas frontais com
efeitos na região de Itajubá-MG. No dia 4 houve precipitação de 3,6 mm por
convecção provocada pelo calor. O primeiro sistema foi uma frente fria que
atuou no oceano (Figura 2a), próximo ao litoral de São Paulo, entre os dias 7 e
8, e causou aumento na nebulosidade e queda nas temperaturas máximas entre 8 e
9. Entre os dias 14 e 16, uma frente semi-estacionária atuou no Sudeste (Figura
2b), com atuação breve de uma alta pós-frontal que provocou queda na
temperatura mínima (13,8°C no dia 16). No dia 18 houve precipitação de 40,0 mm,
que ocorreu por conta da atuação de um cavado em baixos e médios níveis (Figura
2c). Entre os dias 20 e 22, a Tempestade Subtropical Jaguar (Figura 2d e Figura
5) se formou no Oceano Atlântico próximo ao litoral do Espírito Santo, sem
efeitos no continente; foi o segundo sistema tropical ou híbrido a se formar em
2019 na bacia do Atlântico Sul. Dias 24 e 25, outra frente fria passou pelo sul
de Minas Gerais (Figura 2e), sem causar chuva, mas a alta pós-frontal que a
acompanhava causou forte queda nas temperaturas (máxima de 21,3°C dia 25 e
mínima de 7,0°C no dia 26). No dia 29, uma frente semi-estacionária atuou no
litoral de SP e RJ (Figura 2f), e indiretamente causou 2,0 mm de precipitação.
Com relação à nebulosidade (Figura 3), a média mensal da
cobertura diária de nuvens foi de 36%. Os dias mais nebulosos foram 10, 17, 18
e 24 de maio.
O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no
mês de maio é mostrado na Figura 4. Detalhes sobre o IET são fornecidos no
volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem
realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25
indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores
maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor
diário de IET, o menor valor registrado foi 18,0 (dia 25), o maior valor foi
27,4 (dia 4), a média mensal foi 24,2, e a média da hora de ocorrência do maior
IET 13h28. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas entre as
12:00 às 15:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta
cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições
atmosféricas opostas (Figuras 3 e 4).
Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse
índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 0,80, o
que caracteriza um clima subúmido úmido.
Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a
evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como
sugestão o acesso aos sites:
Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos
ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes
regiões do país, sugerimos o acesso à página:
Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de maio de
2019 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade
Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a)
temperatura (°C) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e
média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da
pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do
vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação
(mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa
(%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de
altura.
Figura 2 (a) Frente fria no litoral de São Paulo (07/05
18Z); (b) Frente semi-estacionária entre o Amazonas e o Rio de Janeiro (15/05
00Z); (c) Cavado em superfície entre o sul de Goiás e São Paulo (18/05 06Z);
(d) Tempestade Subtropical Jaguar no oceano Atlântico (20/05 12Z); (e) Sistema
frontal do sul da Amazônia ao Sudeste, com oclusão no Atlântico sul (25/05
00Z); (f) Frente semi-estacionária entre o sul da Bolívia, passando pelo
Paraná, até o sul de São Paulo (29/05 12Z). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.
Figura 3 Cobertura de nuvens média diária na cidade de
Itajubá no mês de maio de 2019.
Figura 4 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na
cidade de Itajubá no mês de maio de 2019.
Figura 5 Tempestade Subtropical Jaguar (Imagem do GOES16 IR 20/05/2019
– 0830Z). Fonte: DSA/CPTEC.
Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita
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