As condições atmosféricas em Itajubá no mês de setembro de
2019, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são
apresentadas na Figura 1 e no Anexo 1. Neste mês, a temperatura média do ar
oscilou entre 16,5°C e 24,4°C (a média foi 21,0°C). As médias de temperaturas
mínimas e máximas foram, respectivamente, 14,8°C e 28,7°C (desvios de +1,8 e
+0,4°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 34,2°C (dia
13) e a menor temperatura mínima foi 9,7°C (dia 24). As médias mensais da
umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 72,4% e 0,49 m/s (1,76
km/h), respectivamente. No mês de setembro, a direção predominante do vento foi
a Nordeste. Houve 11 dias com precipitação, sendo 10 dias com precipitação
maior que 0,4 mm, totalizando 121,6 mm (155,3% da média). Os desvios calculados
aqui provêm das médias da estação desde abril de 2010.
No mês de setembro de 2019 atuaram 5 frentes frias, direta
ou indiretamente, sobre o sul de Minas Gerais, sendo que 3 delas provocaram
alterações significativas nas condições do tempo. A primeira frente fria passou
pelo litoral de São Paulo e Rio de Janeiro (Figura 2a) e atuou entre os dias 2
e 3, provocando intensa precipitação (39,4 mm dia 2). Um cavado em superfície
(Figura 2b) deixou o tempo instável nos dias 3 e 4, e provocou 11,4 mm de
chuva. Nos dias 5 e 6, a segunda frente fria se aproximou do sul de MG (Figura
2c) causando chuva, aumento na nebulosidade e queda nas temperaturas máximas.
Uma alta pressão pós-frontal ingressou em seguida, diminuindo as mínimas. Logo
depois houve predomínio de circulação anticiclônica (Figura 2d) entre os dias 8
e 20, com isso o céu permaneceu aberto propiciando elevação gradual na
temperatura. Entre os dias 11 e 20, uma forte onda de calor atuou sobre grande
parte do Brasil Central, inclusive na região sul de MG. As máximas passaram dos
33°C por 7 dias neste período, com pico de 34,2°C no dia 13. Nos dias 13 e 14,
uma frente fria passou pelo litoral do Sudeste mas sem provocar alterações no
tempo no sul de Minas Gerais. Entre 21 e 22 de setembro, uma nova frente atuou
com ramo semiestacionário no litoral do Sudeste (Figura 2e), mudando a direção
dos ventos e aumentando a nebulosidade; a alta pós-frontal que ingressou em
seguida causou queda na temperatura (9,7°C no dia 24). Um cavado em superfície
(Figura 2f) fez a nebulosidade aumentar significativamente nos dias 25 e 26,
além de causar muita chuva (40,4 mm) e queda na temperatura (máxima de 17,7°C
no dia 26). Uma frente fria passou pelo oceano ao longo do litoral de SP no
dias 27 e 28, e sua alta pós-frontal manteve o tempo estável até o fim do mês.
Com relação à nebulosidade (Figura 3), a média mensal da
cobertura diária de nuvens foi de 45 %. Os dias mais nebulosos foram 25 e 26.
O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no
mês de setembro é mostrado na Figura 4. Detalhes sobre o IET são fornecidos no
volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem
realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25
indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores
maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor
diário de IET, o menor valor registrado foi 17,5 (dia 26), o maior valor foi
28,2 (dia 15), a média mensal foi 24,9, e a média da hora de ocorrência do
maior IET 13h19. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas
entre as 12:00 às 15:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há
alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há
condições atmosféricas opostas (Figuras 3 e 4).
Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse
índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 1,50, o
que caracteriza um clima úmido.
Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a
evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como
sugestão o acesso aos sites:
Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos
ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes
regiões do país, sugerimos o acesso à página:
Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de
setembro de 2019 na estação meteorológica automática localizada no campus da
Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”):
a) temperatura (oC) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul)
e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da
pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do
vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação
(mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa
(%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de
altura.
Figura 2 (a) Frente fria no litoral do estado de São Paulo
(02/09 12Z); (b) Cavado em superfície entre o sul de Goiás e litoral do Rio de
Janeiro associado a frente estacionária no oceano (03/09 18Z); (c) Frente fria
no litoral do Rio de Janeiro (05/09 12Z); (d) Domínio de circulação
anticiclônica no leste da região Sudeste (11/09 00Z); (e) Frente semi-estacionária
com ramo frio sobre o leste do Sudeste (21/09 18Z); (f) Cavado em superfície
entre Goiás e o litoral norte de São Paulo (26/09 06Z). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.
Figura 3 Cobertura de nuvens média diária na cidade de
Itajubá no mês de setembro de 2019.
Figura 4 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na
cidade de Itajubá no mês de setembro de 2019.
Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões
Reboita.
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