quinta-feira, 25 de março de 2021

Boletim Meteorológico Mensal da Unifei - Volume 10 - Número 10

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de outubro de 2020, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Neste mês, a temperatura média do ar oscilou entre 18,6°C e 27,4°C (a média foi 22,4°C). As médias de temperaturas mínimas e máximas foram, respectivamente, 17,6°C e 28,8°C (anomalias de +1,6 e 0,0°C, respectivamente), pouco acima da média para o mês. A maior temperatura máxima registrada foi 35,1ºC (dias 2 e 3), e a menor temperatura mínima foi 13,1ºC (dia 12). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 70,3% e 1,28 m/s (4,62 km/h), respectivamente. No mês de outubro a direção predominante do vento foi a Nordeste. Houve 13 dias com precipitação, totalizando 100,2 mm (82,7% da média). Os desvios calculados aqui provêm das médias da estação desde abril de 2010.

Durante o mês de outubro de 2020 houve a atuação de 3 sistemas frontais sobre o sul de Minas, sendo que dois deles causaram mudanças nas condições do tempo em Itajubá. A primeira semana do mês foi marcada por temperaturas muito altas ocorridas durante uma grande onda de calor que atingiu quase todo o Brasil; na ocasião, a temperatura máxima em Itajubá ficou acima de 34°C durante 5 dias. A primeira frente semi-estacionária atuou entre o sul do Mato Grosso do Sul e litoral de São Paulo entre os dias 3 e 4, sem provocar grandes alterações no tempo (Figura 2). No dia 6, a atuação de um cavado em superfície sobre o Sudeste provocou chuva (12,8 mm). Dos dias 9 a 11, a segunda frente fria atuou nas regiões litorâneas (Figura 3), causando aumento na nebulosidade e queda nas temperaturas, mas com pouca chuva; a alta pós-frontal associada provocou as menores temperaturas do mês, com 13,1°C no dia 12. A entrada de uma alta pressão maritimizada associada a um cavado nos médios níveis provocou aumento na nebulosidade, nos ventos e queda nas temperaturas entre os dias 16 e 17. Do dia 25 ao dia 27 ocorreu a formação da Tempestade Subtropical Mani (Figura 4) em alto mar, próximo ao litoral sul do Espírito Santo, mas sem causar mudanças no tempo no sul de Minas. A terceira frente foi semi-estacionária e atuou entre 30 e 31/10, quando se formou a Zona de Convergência do Atlântico Sul (Figura 5); os sistemas causaram chuva, aumento na nebulosidade e queda nas temperaturas máximas.

Com relação à nebulosidade (Figura 6), a média mensal da cobertura diária de nuvens foi de 54%. Os dias mais nebulosos foram os dias 09, 16, 24 e 30 de outubro.

O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no mês de outubro é mostrado na Figura 7. Detalhes sobre o IET são fornecidos no volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25 indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor diário de IET, o menor valor registrado foi 19,9 (dia 16), o maior valor foi 29,4 (dia 07), a média mensal foi 25,5, e a média da hora de ocorrência do maior IET 13h12. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por volta das 11:00 às 16:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições atmosféricas opostas (Figuras 6 e 7). 

Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim, foi igual a 0,99, o que caracteriza um clima subúmido úmido.

Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como sugestão o acesso aos sites:

https://meteorologia.unifei.edu.br/

https://www.wunderground.com/personal-weather-station/dashboard?ID=IITAJUB5 

Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes regiões do país, sugerimos o acesso à página:

www.grec.iag.usp.br

Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de outubro de 2020 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (°C) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 

Figura 2 Frente fria com ramo semi-estacionário entre o sudoeste do Mato Grosso do Sul, Paraná e o Rio de Janeiro (Imagens de 04/10/2020 00Z; canal 10,3 µm do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 3 Frente semi-estacionária próximo ao litoral do Rio de Janeiro (Imagens de 09/10/2020 12Z; canal 0,47 µm do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 4 Tempestade Subtropical Mani próximo ao litoral do Espírito Santo (Imagens de 26/10/2020 12Z; canal 0,47 µm do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 5 ZCAS entre o sul da Amazônia e o litoral norte do Rio de Janeiro, atuando em conjunto com uma frente fria sobre o oceano Atlântico (Imagens de 31/10/2020 00Z; canal 10,3 µm do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 6 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá no mês de outubro de 2020.

Figura 7 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na cidade de Itajubá no mês de outubro de 2020.

Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.

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