quarta-feira, 2 de março de 2022

Boletim Meteorológico Mensal da Unifei - Volume 11 - Número 07

As condições atmosféricas em Itajubá no mês de julho de 2021, medidas na estação meteorológica automática localizada na UNIFEI, são apresentadas na Figura 1. Neste mês, a temperatura média do ar oscilou entre 9,8ºC e 19,5°C (a média foi 14,9ºC). As médias de temperaturas mínimas e máximas foram, respectivamente, 7,7°C e 23,5°C (anomalias de -2,2 e -1,0°C, respectivamente). A maior temperatura máxima registrada foi 27,3ºC (dia 16) e a menor temperatura mínima foi 0,3ºC (dia 20). As médias mensais da umidade relativa do ar e da intensidade do vento foram 65,3% e 0,62 m/s (2,24 km/h), respectivamente. No mês de julho a direção predominante do vento foi a Sudeste. Houve 4 dias com precipitação, sendo 1 dia com precipitação acima de 0,4 mm, totalizando 26,7 mm (80% da média). Os desvios calculados aqui provêm das médias da estação desde abril de 2010 (Anexo 2). 

No mês de julho de 2021 atuaram três frentes frias sobre o sul de Minas Gerais. Nos primeiros dias de julho havia a atuação de uma massa de ar polar, que provocou uma forte onda de frio no Centro-Sul do Brasil; a mínima no dia 01 foi de 2,4°C. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) atuou entre os dias 3 e 10 próximo do litoral do Sudeste, mantendo as temperaturas mais baixas do que o normal. No dia 17 a primeira frente fria passou pela região (Figura 2), mas sem causar mudanças significativas no tempo. A segunda frente fria avançou entre os dias 18 e 19 (Figura 3) sem causar chuva, mas acompanhada de uma intensa massa de ar frio; o ar polar na retaguarda provocou uma forte onda de frio na região Sudeste, causando o recorde de frio da estação da UNIFEI (0,3°C no dia 20), com formação de fortes geadas. A massa de ar frio que ingressou era também muito seca, causando baixos índices de umidade relativa do ar (14% no dia 19). Entre os dias 28 e 29 a terceira frente fria avançou sobre grande parte do Brasil (Figura 4), também provocando uma forte onda de frio. O ar polar propiciou forte queda nas temperaturas em Itajubá, com máxima de 16,2°C no dia 29 com tempo ensolarado e mínima de 1,8°C no dia 30, a segunda menor já registrada na estação, com formação de geada.

Com relação à nebulosidade (Figura 5), a média mensal da cobertura diária de nuvens foi de 14%. O dia mais nebuloso foi o dia 28 de julho.

O maior valor do Índice de Estresse Térmico (IET) por dia no mês de julho é mostrado na Figura 6. Detalhes sobre o IET são fornecidos no volume 2 (11) deste boletim. De forma geral, o IET serve como um guia para quem realiza atividades físicas, sendo que os valores de IET menores ou iguais a 25 indicam risco baixo à saúde, valores entre 26 e 33 risco moderado, já valores maiores do que 33, risco extremo. Considerando a série temporal do maior valor diário de IET, o menor valor registrado foi 13,9 (dia 29), o maior valor foi 23,2 (dia 17), a média mensal foi 19,7, e a média da hora de ocorrência do maior IET 13h29. Assim, recomenda-se a não realização de atividades físicas por cerca das 12:00 às 16:00 horas. É válido ressaltar que o IET decresce quando há alta cobertura de nuvens e temperaturas mais baixas e aumenta quando há condições atmosféricas opostas (Figuras 5 e 6). 

Com relação ao índice de aridez (IA; detalhes sobre esse índice são apresentados no volume 3 (04) deste boletim), foi igual a 0,76, o que caracteriza um clima subúmido úmido.

Para aqueles que tiverem interesse em saber em tempo real a evolução das variáveis atmosféricas em Itajubá, esse boletim deixa como sugestão o acesso aos sites:

http://meteorologia.unifei.edu.br 

https://www.wunderground.com/personal-weather-station/dashboard?ID=IITAJUB5 

Aos leitores que tiverem interesse no monitoramento dos ciclones na América do Sul e a previsão climática sazonal nas diferentes regiões do país, sugerimos o acesso à página:

www.grec.iag.usp.br

Figura 1 Variáveis atmosféricas observadas no mês de julho de 2021 na estação meteorológica automática localizada no campus da Universidade Federal de Itajubá (latitude 22º 24’ 46” e longitude 45º 27’06”): a) temperatura (°C) máxima diária (vermelho), temperatura mínima diária (azul) e média diária da temperatura do ar (verde) a 2 m de altura, b) média diária da pressão atmosférica ao nível médio do mar (hPa), c) direção predominante do vento a 2,5 m de altura; C indica calmaria, d) totais diários de precipitação (mm) contabilizados entre 00:10 e 24:00 h, e) média diária da umidade relativa (%) a 2 m de altura e f) média diária da intensidade do vento (m/s) a 2,5 m de altura. 

Figura 2 Frente semi-estacionária com ramo frio próximo ao litoral de São Paulo (Imagens de 17/07/2021 06Z; canal 13 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 3 Frente fria entre o sul da Amazônia e o sul de Minas Gerais, associado a um forte ciclone extratropical na costa do Rio Grande do Sul (Imagens de 18/07/2021 18Z; canal 01 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 4 Frente fria entre o sul do Amazonas e o Sudeste (Imagens de 28/07/2021 18Z; canal 01 do satélite GOES-16). Fonte: GPT-CPTEC-INPE.

Figura 5 Cobertura de nuvens média diária na cidade de Itajubá no mês de julho de 2021.

Figura 6 Maior valor diário do Índice de Estresse Térmico na cidade de Itajubá no mês de julho de 2021.

Autores: Vinícius Henrique Lucyrio de Lima e Michelle Simões Reboita.

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